Quanto mede uma corda?
Ao ver este título vão achar que
estou maluco e pensar em que tem isso a ver com o oculto. Então já vou
responder agora e tentar explicar em seguida, ou melhor; não dá para responder,
pois é impossível medir uma corda.
Quando falamos em medir, o que
estamos fazendo na verdade é limitar algo, e ao se limitar algo... estamos
menosprezando a exatidão absoluta do que queremos medir. Pense na medida de 1
metro, o que é 1 metro? Essa grandeza evoluiu ao longo da história, desde o
apoio sobre as polegadas (do dedo
polegar) dos egípcios, passou pela definição da Academia Francesa de Medidas e
chegou até às avançadas medidas dos
laboratórios atuais.
A Academia Francesa de Ciências com um grupo de investigadores
franceses, composto de físicos, astrônomos e agrimensores, deu início a esta
tarefa, definiram que a unidade de comprimento metro deveria
corresponder a uma determinada fração da circunferência da Terra e
correspondente também a um intervalo de graus do meridiano terrestre. Bom, duvido
que eles sabiam isso com exatidão! Em 22 de junho de 1799 foi depositado, nos
Arquivos da República em Paris, dois protótipos de platina iridiada, que
representam o metro e o quilograma, ainda hoje conservados no Escritório
Internacional de Pesos e Medidas (Bureau international des poids et mesures) na
França. Em 20 de maio de 1875 um tratado internacional conhecido como Convention
du Mètre (Convenção do Metro), foi assinado por 17 Estados e estabeleceu a
criação do Bureau International des Poids et mesures (BIPM), um
laboratório permanente e centro mundial da metrologia científica, e da Conférence
Générale des Poids et mesures (CGPM), que em 1889, em sua 1ª edição,
definiu o protótipos internacional de metro . A medida definida por convenção,
com base nas dimensões da Terra, equivale à décima milionésima parte do
quadrante de um meridiano terrestre.
Porém, a crescente demanda de mais
precisão do referencial e possibilidade de sua reprodução mais imediata levaram
os parâmetros da unidade básica a serem reproduzidos em laboratório e comparados
a outro valor constante no universo, que é a velocidade de propagação
eletromagnética. Assim sendo, a décima milionésima parte do quadrante de um
meridiano terrestre, medida em laboratório, corresponde ao espaço linear
percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo correspondente a
1/299 792 458 de segundo, e que continua sendo o metro padrão. Aí sim!
Você vai dizer... 'Agora entendi o que é o metro e que precisão!'.
Mas veja, não disse que uma
referência não nos ajuda a vivermos em ordem e falarmos a mesma língua,
precisamos de padronização, principalmente na ciência... Mas a questão não é
essa, o que eu quero dizer é que isso não é a realidade. Ao entrarmos no mundo
quântico, no universo microscópico, o que temos é um mundo mais de vazio e
de vácuo do que qualquer outra coisa. Comparando-se o tamanho do núcleo de um
átomo à sua eletrosfera (onde orbitam os elétrons) podemos ilustrar como um
estádio enorme de futebol, cujo centro do campo (aquela marquinha da bola) é o
núcleo e todo resto é a eletrosfera. E em todo o resto do estádio é apenas um
vazio.
Então, como o que temos, na mais
precisa das medidas, é um universo de vazio... como podemos medir algo? Até
onde se sabe, estas entidades microscópicas de núcleons e elétrons também são
divisíveis, em quarks... E quem sabe estes também em outras coisas... ?
Isso significa meus amigos, que
não, não podemos medir uma corda em sua realidade ou qualquer outra coisa, a
não ser para termos uma sombra útil aos nossos olhos. Além no mais, isso se
amplia a dizer que nunca, mas nunca tocamos ou tocaremos em alguma coisa...
pois esse universo vazio microscópico, foge ao senso e à medição... O que
ocorre quando achamos que tocamos algo é apenas um resultado de troca de
energia destas diminutas entidades quânticas... e não é algo sólido como nos parece...
Mas não tem problema, o universo tem sua maneira de ser e só nos cabe, olhar,
tentar medir, aprender a amar ... E Não! Não podemos medir uma corda.
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