terça-feira, 29 de abril de 2014

Alquimia, Tábua de Esmeralda e Pedra Filosofal




Alquimia, Tábua de Esmeralda e Pedra Filosofal



Nos dias de hoje há pouca tendência de levarmos a sério os velhos conceitos e tradições que guiaram a nossa humanidade e sua ciência em seus primórdios. As religiões enraizaram-se somente em regras morais, e as ciências, na razão e na matéria. No entanto, a natureza sobrenatural ou espiritual do mundo ficou de lado à mérito de classificarmos tudo isso como ciências do oculto. Mas não estou falando em só termos magos, cabalistas, alquimistas, astrólogos etc e não cientistas, mas sim em podermos estudar logicamente conhecimentos perdidos e esquecidos e trazer à razão o que poderia ter lhes dados origem... Mas essa abertura não mais nos darão nas escolas, mas vamos tentar mesmo assim esboçar sobre Alquimia...e lembrando que esta desta hoje 'pseudociência' que surgira a nossa Química, da Astrologia surgiu a Astronomia, da Mitologia a Filosofia, etc etc. Então sim, podemos promover nosso intento sobre Alquimia como segue.



É natureza inata do homem ter o domínio sobre as coisas... e com os alquimistas, não era diferente. No entanto, sua perspectiva em relação ao universo era analógica e a seguinte: "Toda criação manifesta indícios da estrutura de seu criador..." Explico: se uma máquina feita pelo homem possui diversas manivelas para funcionar, e se examinarmos um grande número de outras máquinas com manivelas e até outras funções veremos que elas tem manivelas em comum, ou seja, podemos deduzir que a espécie criadora destas máquinas possui um órgão preênsil. Então, pensavam...Se quero conhecer a natureza divina, espiritual do criador, então bastava observar e sistematizar as coisas que Ele criou para poder recriá-las através de três mundos: o mundo celeste visível mas não tangível, o mundo intelectual, espiritual ou divino mas não completamente acessível e o mundos dos elementos, acessível. Se estes mundos tem uma mesma estrutura de criação então devem ter semelhanças... 


Assim, se o número de planetas observáveis até então 7 logo o número de metais elementares deve também ser 7, bem como o número dos forças ou espíritos divinos que atuam nestes. Por isso, atribuíam nomes dos elementos em suas receitas: Sol (ouro), Lua (Prata), Mercúrio (Mercúrio), Vênus (Cobre), Marte (Ferro), Júpiter (Estanho), Saturno (Chumbo). Importante ressaltar também que muitas destas receitas eram feitas de forma pictográficas com figuras estranhas, enigmáticas, herméticas, metafóricas e com características de forças espirituais, de influências astrológicas, naturais, psíquicas etc.



Os alquimistas valiam-se de princípios herméticos, não só pelas perseguições da Inquisição como para manutenção de seus segredos não caírem em mãos erradas. O termo 'hermético' tem sua origem do nome Hermes Trimegistos (Hermes três-vezes-grande) cuja origem confunde-se com a greco-romana e egípcia e entre um sacerdote e o próprio Toth (deus egípcio, representado com cabeça de íbis; é o deus do conhecimento e da magia). Mas o que gostaria de relatar aqui é que sobre a Tábua de Esmeralda, um artefato que foi relatado primeiramente em um texto Kitab Sirr al-Khaliqa wa Sanat al-Tabia (650 d.C.), cuja descrição segue abaixo e vejam a relação com o exposto no parágrafo anterior para completar o pensamento alquímico da relação entre os corpos celestes e o mundo elementar e espiritual.



(1) É verdade, certo e muito verdadeiro:

(2) O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.

(3) E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.

(4) O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua alma;

(5) O Pai de toda Telesma do mundo está nisto.

(6) Seu poder é pleno, se é convertido em Terra.

(7) Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia.

(8) Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores.

(9) Desse modo obterás a glória do mundo.

(10) E se afastarão de ti todas as trevas.

(11) Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:

Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido.

(12) Assim o mundo foi criado.

(13) Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas.

(14) Por esta razão fui chamado de à Hermes Trimegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.

(15) O que eu disse da Obra Solar é completo.



Mas até onde tudo isso pode ser realidade ou fantasia?


Henri Bacquerel (1896) e Pierre Mary Curie (1898) com o descobrimento da radioatividade do urânio e tório provaram que um elemento pode ser transformado em outro sem a interferência da vontade do homem. Caindo-se aí a teoria da transmutação de metais, por água abaixo. Mas apesar da radioatividade ser um destino natural dos átomos, não se sabe onde começa ou termina isso, se é casualidade ou ainda, se existe um fator catalisador, chamado outrora de Pedra Filosofal.


Pelo princípio de conservação da energia e da famosa equação de Einstein E=m.c2, em uma reação química a massa deve conserva-se antes e depois, mas se não se conserva é porque a massa 'perdida' transformou-se em energia. A reação a seguir mostra uma possível reação de chumbo em ouro:


20787Pb => 19779Au + 42He + 21H + 4 10 n


Não vou mostrar os cálculos aqui mas suponhamos então que transmutamos para 1g de chumbo em 0,9516g de ouro, mais 0,0193g de hélio e 0,0097g de deutério... Para isso deveríamos empregar uma energia de 5118,639 KWh.  Bom, isso além de uma reação possível não é a única mas o que quero destacar aqui é que a Física Nuclear pode prever transmutações de metais assim como a Alquimia. E embora energias monstruosas sejam necessárias e absorvidas ou desprendidas, nada impede que elas se compensem nestas reações. Além disso, e aqui é o ponto.....embora reações do tipo sejam previstas teoricamente, nada impediria que o uso de um catalisador adequado ou "Pedra Filosofal" para que alquimistas pudessem transmutar metais como chumbo em ouro. Então, quem garante que grandes mestres como Nicolas Flamel não possuísse tal conhecimento ou misterioso item.


Mas vale lembra também, que para os níveis de energia desconhecidos destas reações não era nada seguro nem prático preparar isso tudo. Dizem que uns nada mais conseguiram que alguns produtos químicos ou ouro dos trouxas, mas que outros grandes o teriam conseguido.


Resumindo, Alquimia e transmutação de metais existem ou nas reações da Física Nuclear ou nos misteriosos métodos de preparo dos grandes alquimistas que possuíam como catalisador a Pedra Filosofal. Agora, o que seria este último? Embora outras abordagens como o exilir da vida eterna, poderia ser um simples produto da mente, do espaço ou presente dos deuses ... Enfim, um elemento do Mundo Oculto.