Alquimia,
Tábua de Esmeralda e Pedra Filosofal
Nos
dias de hoje há pouca tendência de levarmos a sério os velhos conceitos e
tradições que guiaram a nossa humanidade e sua ciência em seus primórdios. As
religiões enraizaram-se somente em regras morais, e as ciências, na razão e na
matéria. No entanto, a natureza sobrenatural ou espiritual do mundo ficou de
lado à mérito de classificarmos tudo isso como ciências do oculto. Mas não estou falando em só termos magos, cabalistas, alquimistas, astrólogos etc e não cientistas, mas sim em podermos estudar logicamente conhecimentos perdidos e
esquecidos e trazer à razão o que poderia ter lhes dados origem... Mas essa
abertura não mais nos darão nas escolas, mas vamos tentar mesmo assim esboçar
sobre Alquimia...e lembrando que esta desta hoje 'pseudociência' que surgira a nossa Química,
da Astrologia surgiu a Astronomia, da Mitologia a Filosofia, etc etc. Então
sim, podemos promover nosso intento sobre Alquimia como segue.
É
natureza inata do homem ter o domínio sobre as coisas... e com os alquimistas,
não era diferente. No entanto, sua perspectiva em relação ao universo era analógica e a
seguinte: "Toda criação manifesta indícios da estrutura de seu criador..."
Explico: se uma máquina feita pelo homem possui diversas manivelas para
funcionar, e se examinarmos um grande número de outras máquinas com manivelas e
até outras funções veremos que elas tem manivelas em comum, ou seja, podemos
deduzir que a espécie criadora destas máquinas possui um órgão preênsil. Então,
pensavam...Se quero conhecer a natureza divina, espiritual do criador, então
bastava observar e sistematizar as coisas que Ele criou para poder recriá-las através de três mundos: o
mundo celeste visível mas não tangível, o mundo intelectual, espiritual ou divino mas não
completamente acessível e o mundos dos elementos, acessível. Se estes mundos
tem uma mesma estrutura de criação então devem ter semelhanças...
Assim, se o número de planetas observáveis até então 7 logo o número de metais
elementares deve também ser 7, bem como o número dos forças ou espíritos
divinos que atuam nestes. Por isso, atribuíam nomes dos elementos em suas receitas:
Sol (ouro), Lua (Prata), Mercúrio (Mercúrio), Vênus (Cobre), Marte (Ferro),
Júpiter (Estanho), Saturno (Chumbo). Importante ressaltar também que muitas
destas receitas eram feitas de forma pictográficas com figuras estranhas,
enigmáticas, herméticas, metafóricas e com características de forças espirituais, de influências astrológicas, naturais, psíquicas etc.
Os alquimistas valiam-se de princípios herméticos, não só pelas perseguições da Inquisição como para manutenção de seus segredos não caírem em mãos erradas. O termo 'hermético' tem sua origem do nome Hermes Trimegistos (Hermes três-vezes-grande) cuja origem
confunde-se com a greco-romana e egípcia e entre um sacerdote e o próprio Toth (deus egípcio, representado com cabeça de íbis; é o deus do conhecimento e da magia).
Mas o que gostaria de relatar aqui é que sobre a Tábua de Esmeralda, um
artefato que foi relatado primeiramente em um texto Kitab Sirr al-Khaliqa wa
Sanat al-Tabia (650 d.C.), cuja descrição segue abaixo e vejam a relação
com o exposto no parágrafo anterior para completar o pensamento alquímico da relação entre os corpos celestes e o mundo elementar e espiritual.
(1) É verdade, certo e muito
verdadeiro:
(2) O que está embaixo é como o
que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar
os milagres de uma única coisa.
(3) E assim como todas as coisas
vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.
(4) O Sol é o pai, a Lua é a mãe,
o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua alma;
(5) O Pai de toda Telesma do
mundo está nisto.
(6) Seu poder é pleno, se é
convertido em Terra.
(7) Separarás a Terra do Fogo, o
sutil do denso, suavemente e com grande perícia.
(8) Sobe da terra para o Céu e
desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores.
(9) Desse modo obterás a glória
do mundo.
(10) E se afastarão de ti todas
as trevas.
(11) Nisso consiste o poder
poderoso de todo poder:
Vencerás todas as coisas sutis e
penetrarás em tudo o que é sólido.
(12) Assim o mundo foi criado.
(13) Esta é a fonte das
admiráveis adaptações aqui indicadas.
(14) Por esta razão fui chamado
de à Hermes Trimegistos, pois possuo as três partes da
filosofia universal.
(15) O que eu disse da Obra Solar
é completo.
Mas
até onde tudo isso pode ser realidade ou fantasia?
Henri
Bacquerel (1896) e Pierre Mary Curie (1898) com o descobrimento da
radioatividade do urânio e tório provaram que um elemento pode ser transformado
em outro sem a interferência da vontade do homem. Caindo-se aí a teoria da
transmutação de metais, por água abaixo. Mas apesar da radioatividade
ser um destino natural dos átomos, não se sabe onde começa ou termina isso, se
é casualidade ou ainda, se existe um fator catalisador, chamado outrora de
Pedra Filosofal.
Pelo
princípio de conservação da energia e da famosa equação de Einstein E=m.c2,
em uma reação química a massa deve conserva-se antes e depois, mas se não se
conserva é porque a massa 'perdida' transformou-se em energia. A reação a
seguir mostra uma possível reação de chumbo em ouro:
20787Pb => 19779Au
+ 42He + 21H + 4 10 n
Não
vou mostrar os cálculos aqui mas suponhamos então que transmutamos para 1g de
chumbo em 0,9516g de ouro, mais 0,0193g de hélio e 0,0097g de deutério... Para
isso deveríamos empregar uma energia de 5118,639 KWh. Bom, isso além de uma reação possível não é a
única mas o que quero destacar aqui é que a Física Nuclear pode prever
transmutações de metais assim como a Alquimia. E embora energias monstruosas
sejam necessárias e absorvidas ou desprendidas, nada impede que elas se
compensem nestas reações. Além disso, e aqui é o ponto.....embora reações do
tipo sejam previstas teoricamente, nada impediria que o uso de um catalisador
adequado ou "Pedra Filosofal" para que alquimistas pudessem transmutar metais como
chumbo em ouro. Então, quem garante que grandes mestres como Nicolas Flamel não possuísse
tal conhecimento ou misterioso item.
Mas
vale lembra também, que para os níveis de energia desconhecidos destas reações
não era nada seguro nem prático preparar isso tudo. Dizem que uns nada mais
conseguiram que alguns produtos químicos ou ouro dos trouxas, mas que outros
grandes o teriam conseguido.
Resumindo,
Alquimia e transmutação de metais existem ou nas reações da Física Nuclear ou
nos misteriosos métodos de preparo dos grandes alquimistas que possuíam como
catalisador a Pedra Filosofal. Agora, o que seria este último? Embora outras abordagens como o exilir da vida eterna, poderia ser um simples
produto da mente, do espaço ou presente dos deuses ... Enfim, um elemento do Mundo
Oculto.
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